Pandemia, guerra ou outro que se seguirá...

Tempos difíceis se vivem!
Ora estamos em pandemia, ora estamos a braços com uma guerra ás portas de casa. Não é bem mesmo ao lado, mas é quase como se fosse.
Poderíamos nós ser o casal que descansa à beira do rio, mas poderíamos ser nós que estaríamos a fugir da guerra, esquecendo que existe pandemia, porque a vida e a continuidade da mesma é mais forte que nós.
É uma questão de sobrevivência... todos fugimos para sobreviver. Uns conseguem, outros não.
Fugimos dois anos de um vírus e agora desejamos que não tenhamos de fugir da guerra. Desejamos arduamente que ninguém se lembre de apertar o botão vermelho, aquele que dá direito a transformações bizarras de ADN e um lindo chapéuzinho no céu em formato de cogumelo..
E depois? Para onde vamos fugir depois? Para Marte? Vénus? Qualquer esperança de um mundo melhor, de uma vida melhor de um planeta sem problemas, é uma miragem e pura especulação. Sabemos de antemão que apenas alguns conseguiriam chegar à Spacex ou outra qualquer. Em que mundo vivemos nós? Será assim tão difícil sentarmos-nos à mesa e chegar à conclusão que todos cometemos erros e que os erros não têm desculpa, mas sim uma solução?
Sim. Todos estamos incluídos. Incluídos pelo desgaste do fracasso das nossas conversas, dos nossos erros e principalmente, dos nossos medos. Do medo de falar, do medo de dizer a verdade e principalmente, do medo de dizer o que nos passa pela alma no momento em que tristes notícias nos chegam.
São tempos bizarros, mas mais bizarros somos nós. Incapazes de nos mexermos, incapazes de realmente fazer a diferença, incapazes de falar com os vizinhos, com os irmãos, com os pais, com os amigos, com os colegas de trabalho. Somos simplesmente incapazes!
Mas não temos nós as capacidades e as faculdades para transformar o que nos agita? De referenciar a morte, a vida e tudo aquilo que a rodeia? Não somos nós capazes de olhar internamente e ver o que continua errado? O que nos desafia e o que nos mata? Sim...porque há viroses que nos matam mais que o próprio vírus.
Sabes verdadeiramente o que te mata?